
A fundação dos quatro grandes clubes cariocas e seus principais rivais:
Fluminense
O Fluminense Football Club é o primeiro clube carioca de futebol, fundado em 21 de julho de 1902, por Oscar Cox, um anglo-brasileiro que ajudou na popularização do esporte no Rio de Janeiro.
O tricolor carioca, como é conhecido, é um dos principais responsaveis pela chegada do futebol ao Brasil. Além de ser responsavel pelo primeiro estádio de cimento da América Latina, o Estádio de Laranjeiras, cronstruido em 11 de maio de 1919.
Princiais rivais: Flamengo, Vasco e Botafogo.
Flamengo
Ao contrário de Fluminense, o fundação do Flamengo não ocorreu em função do futebol, mas sim em função do remo, que era um dos principais esportes do Brasil na época, principalmente no Rio de Janeiro.
O Clube de Regatas do Flamengo foi fundado em 15 de novembro de 1895, mas só em 1911, quando houve um problema entre os jogadores do Fluminense com a diretoria, o Flamengo aderiu o futebol no clube, patriando os jogadores do tricolor carioca e formando então a primeira equipe de futebol do clube.
Principais rivais: Fluminense, Vasco e Botafogo.
Botafogo
Sendo o unico clube que teve duas fundações, o Botafogo têm uma historia um pouco diferente dos demais clubes.
Também localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro, o Botafogo teve a sua primeira fundação no dia 1 de julho de 1894, quando nasceu o Club de Ragatas Botafogo, com segmento voltado a pratica do remo.
Mas em 12 de agosto de 1904, nasceu o Electro Club, primeiro nome dado ao Botafogo Football Club, uma associação que nasceu durante uma conversa entre alunos do Colégio Alfredo Gomes e que se estendeu até o Largo do Leões, no Humaitá.
Só que em 18 de setembro do mesmo ano, por influencia da avó de um dos fundadores do Electro Club, o clube mudaria de nome e passaria a se chamar Botafogo Football Club.
Mesmo com sedes no mesmo bairro, a fusão do Clube de Regatas Botafogo e do Botafogo Football Club só veio em 8 de dezembro de 1942, quando os dois clubes se enfretaram durante uma partida de basquete válida pelo Campeonato Estadual.
Principais rivais: Fluminense, Flamengo e Botafogo.
Vasco
Conhecido por ser o principal clube a lutar contra o racismo no futebol, o Clube de Regatas Vasco da Gama também foi fundado em 21 de agosto de 1989, em função da pratica esportiva do remo, fazendo uma homenagem ao grande navegador português Vasco da Gama.
Mas em 26 de novembro de 1915, o clube aderiu ao futebol como uma das modalidades esportivas presentes em sua grade, começando então a romper barreiras existentes no futebol, pois se tornou o primeiro clube de futebol com origens suburbanas a chegar a elite do futebol carioca.
Principais rivais: Fluminense, Flamengo e Botafogo.
Lotar os estádios e colorir as ruas da cidade são missões que os torcedores apaixonados por seus clubes têm. É possível deparar-se com a rivalidade entre os clubes do Rio nestas situações. Naturalmente times levam vantagens sobre outros pelo seus números de torcedores. Com o desenvolvimento do futebol no Brasil e no Rio de Janeiro no início do século XX, os quatro grandes clubes cariocaspassaram a ter, ano após ano, cada vez mais adeptos torcedores. Hoje, estima-se que cerca 54 milhões de brasileiros torçam para Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo, ou seja, 26% da população brasileira preferem os times do Rio.
Em 1954, quando eram realizadas as primeiras pesquisas por números de torcedores dentro da cidade do Rio de Janeiro, feitas pelo extinto Jornal dos Sports e pelo IBOPE, o Flamengo surgia como a maior torcida com 28% das pessoas torcendo para o rubro-negro, em seguida vinha o Fluminense com 18%, Vasco com 17%. O Botafogo, apesar de ser o clube mais antigo, e pioneiro ao lado do Fluminense no futebol, ainda não estava entre as quatro maiores torcidas da cidade. O alvinegro encontrava-se na quinta posição com 5%, atrás do América Futebol Clube com 6%, que até os anos 80, costumava a ser considerado uma potência do futebol carioca.
Os anos passaram até chegar-se os dias atuais, com eles algumas mudanças aconteceram no ranking de torcedores no município do Rio de Janeiro. Ainda com boa diferença, o Flamengo permanece em primeiro, porém com um grande salto de porcentagem. A última pesquisa de torcedores no Rio de Janeiro, realizada pelo instituto GPP em 2012, mostra que os flamenguistas pularam de 28% para 45,6% da população carioca. Uma diferença de 25, 8% para o segundo colocado, que dessa vez não conta mais com o Fluminense, mas sim com os 19,8% do Vasco da Gama. O tricolor aparece em terceiro com uma queda, 13,5%. O Botafogo agora surge entre os quatro clubes com maior torcida, e dessa vez com 9,7%.
Analisando todo o Estado do Rio de Janeiro, percebe-se que as pesquisas refletem o ranking do Município do Rio. A pesquisa feita pelo veículo de notícias esportivas Lance! E O IBOPE em 2014, coloca o Flamengo com ampla vantagem, 48,2%, Vasco com 14,6%, Fluminense 12,9% e Botafogo com 11,4%.
Ao pensar nos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro é natural definir que estes estão no topo do ranking dentro do Estado e da capital fluminense. Porém, pode-se ir além. No ranking nacional, envolvendo torcedores de todos os clubes de futebol do país, os torcedores do rio aparecem no top 5 com dois clubes cariocas entre os mais populares do Brasil. A última pesquisa realizada pelo Datafolha em 2019 aponta o Flamengo como a maior torcida do Brasil, sendo representada por cerca de 33 milhões de torcedores, ou seja 20% do país, perdendo apenas para pessoas que não possuem times, 22%. O Vasco aparece como a quinta maior torcida. Aproximadamente 10 milhões de torcedores representam os 4% do cruzmaltino. Fluminense e Botafogo apresentam números muito parecidos, ambos têm cerca de 4 milhões de torcedores espalhados pelo Brasil, sendo 1%.
Também em 2019, a Federação Internacional de Futebol (FIFA), mostrou o Flamengo como o clube como o maior número de seguidores por todo o mundo. Cerca de 40 milhões de pessoas em todo o globo são adeptas do rubro-negro.
Reflexo do número de torcedores de cada time em todo o estado do Rio de Janeiro:

Títulos
Outro fator que intensifica diretamente a rivalidade entre os clubes de futebol são as conquistas dentro de campo. No Rio de Janeiro não é diferente. Dentro do tradicional Campeonato Carioca, o Fluminense foi o primeiro campeão, e como o Campeonato Carioca foi o primeiro campeonato que os clubes do Rio participaram, pode-se assegurar que o tricolor é o primeiro campeão de todo o Rio de Janeiro. Por 103 anos o Fluminense teve o título de ser o time com o maior número de títulos do Campeonato Carioca, mas acabou sendo superado pelo Flamengo. No total o rubro-negro é o maior campeão desde 2009, hoje têm 35 do campeonato, Fluminense vem em seguida com 31, Vasco com 24 e Botafogo com 21.
No cenário nacional, O Botafogo de Garrincha, Zagallo, Didi e companhia foi o primeiro campeão. No Campeonato Brasileiro de 1968, o alvinegro chegou ao seu primeiro título a nível nacional. Dentro da história do futebol brasileiro, são dois os títulos mais importantes no cenário nacional, o de campeão brasileiro e o de campeão da copa do Brasil. O Flamengo aparece 6 títulos brasileiros e 3 copas do brasil, Vasco e Fluminense estão empatados com 4 Campeonatos Brasileiro e 1 Copa do Brasil cada. O Botafogo ainda não teve a conquista da Copa do Brasil, porém tem 2 títulos do Campeonato brasileiro. Uma curiosidade é que nos anos de 1984 e 1992, tiveram dois confrontos entre os clubes cariocas nos jogos que decidiram o Campeonato Brasileiro. Em 1984 o Fluminense levou a melhor sobre o Vasco, e em 1992 o Flamengo sobre o Botafogo. Em 2006 Flamengo e Vasco protagonizaram a única final entre cariocas na Copa do Brasil, com o rubro-negro batendo o cruzmaltino.
Internacionalmente, os clubes brasileiros, assim como os quatro grandes do Rio, buscam conquistar o título sul-americano mais importante, a Copa Libertadores da América. Fluminense e Botafogo ainda não tiveram esta façanha, porém Flamengo e Vasco tiveram 1 conquista cada, 1981 e 1995 respectivamente. Além da Copa Libertadores, outros campeonatos, já extintos, já tiveram sua importância. Flamengo e Vasco levaram a Copa Mercosul em sequência, 1999 e 2000 respectivamente. O cruzmaltino ainda levou o primeiro campeonato de clubes sul-americanos, o Campeoanto Sul-Americano em 1948. O Fluminense ainda luta por sua primeira conquista internacional, por outro lado o Botafogo teve sua única conquista em 1993 na Copa das Confederações Sul-americanas de Futebol(Conmebol). Além da tradicional Copa Libertadores, atualmente disputa-se a Copa Sul-americana, considerada a segunda competição mais importante entre clubes sul-americanos. Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo ainda não tiveram esta conquista. Em campeonatos oficiais contra equipes ao redor do mundo, o Flamengo foi o primeiro e único a conquistar. Levou a Copa Intercontinental de 1981.
Número de títulos importantes conquistados pelos clubes:

TORCIDAS:
Uma das coisas que costuma pesar na hora da decisão de escolher um time de coração, é a música que costuma ecoar nos estádio de futebol. Seja ela o hino do clube, uma música feita para expressar o amor que o torcedor sente pelo clube ou até mesmo a provocação que fazem para a torcida rival.
O hino do clube é sem dúvida a canção mais famosa entre os torcedores. Mas nem todas os hinos que conhecemos são realmente os oficiais do clube. O Flamengo, por exemplo, tem dois hinos: um oficial e o outro popular, que muitos acreditam que seja o oficial.
O hino oficial do Clube de Regatas do Flamengo foi criado em 1920 por Paulo Magalhães, ex-goleiro do clube. Gravado em 1932 pelo cantor Castro Barbosa e, registrado somente em 1937 no Instituto Nacional das Música.
Porém o hino que todos acreditam que seja o oficial é a composição de Lamartine Babo, gravado pela primeira vez em 1945, por Gilberto Alves.
A mesma coisa acontece quando o assunto é o hino do Botafogo Futebol e Regatas, que além de ter um hino dedicado ao remo e ao futebol, o clube também recebeu a canção do Lamartine Babo, sendo também o hino mais popular entre os torcedores.
Assim como o Botafogo e o Flamengo, outros clubes também receberam homenagens do compositor Lamartine Babo, que em 1949 compôs hinos alternativos e em ritmos de marchinha de carnaval para os 11 clubes da elite do futebol carioca, ajudando assim a popularizar as canções.
O Clube de Regatas Vasco da Gama foi o único que tornou a canção do Lamartine o hino oficial. Pois o Fluminense Football Club, assim como os outros clubes, também conta com mais de um hino em seu repertório.
Além do hino que cativa o público a torcer para um certo clube, a própria torcida também faz esse papel, pois diferente do clube, a torcida conta com muitas músicas que representam o seu amor pelo time de coração.
As músicas carregam diversos significados, seja para expressar a felicidade de ganhar um título, seja para demonstrar o carinho da torcida pelo clube, ou até registrar momentos marcantes da história do clube no mundo do futebol. Todos esses elementos somam para aguçar a criatividade dos torcedores na hora de compor.
Mas quando se fala em “torcida de futebol” é normal ficar apreensivo e fazer ligação com “torcida organizada”, criando um certo receio por causa da violência gerada por elas e que resultam muitas vezes em mortes. Mas não é bem por aí, pois existem várias torcidas, incluindo as organizadas, que não estão perto dessa expressar esse tipo de atitude.
Por essa razão, as torcidas são classificadas em dois grupos: as violentas e as não violentas.
As músicas cantadas pelas torcidas também é uma forma de identificarmos quais são ou não são violentas.
Torcidas Organizadas não violentas:
As Torcidas Organizadas não violentas são geralmente compostas pelos torcedores mais criativos, pois em cada música que cantam, não deixa dúvida de que o torcedor é fanático pelo clube de coração, de um jeito harmonioso e carinhoso, sendo capaz de fazer praticamente poema em declaração ao grande amor da sua vida, seu time. Sendo muita das vezes adaptação de clássicos da música nacional, como a música “Eu nasci” do Raul Seixas e a música “Anunciação” de Alceu Valença. Adaptações feitas pela torcida do Vasco e pela Torcida do Fluminense.
Torcidas Organizadas violentas:
Enquanto as torcidas não violentas fazem declarações de amor ao clube, quando as Torcidas Organizadas violentas chegam a compor alguma música, as declarações são para a própria torcida, deixando a instituição para qual torce, em segundo plano. Pois o objetivo principal das torcidas violentas é provocar o rival, além de marcar brigas ao redor da cidade e/ou estado.
Conflitos
Os confrontos que muita das vezes ocorrem nos estádios ou próximo a eles, são normalmente ligados às torcidas organizadas violentas, o que fazem as pessoas terem medo de se aproximarem das torcidas e, consequentemente, dos estádios. Mas segundo os integrantes das torcidas organizadas, tudo não passa de um mentira coletiva para discriminar as torcidas e darem falsa sensação de segurança para as pessoas.

Segundo Denio, torcedor da RRN(Raça Rubro-Negra) de São Gonçalo, o torcedor só briga porque é uma consequência de todas as vantagens que um integrante de uma torcida organizada obtém.
“Existem rixas entre torcedores de diferentes clubes em todo mundo. Não é só aqui no Brasil, muito menos no estado do Rio de Janeiro. Então, quando você entra para uma torcida organizada que promove “choque de torcidas”(que são as brigas que você ouve falar), você acabar por fazer parte daquilo. Mesmo que o seu intuito seja só obter vantagens na compra de ingressos, facilidades para viajar para outros estados e países só para ver seu time jogar, você acaba colhendo esses frutos também.” Comentou o torcedor da RRN.
O torcedor também destacou que não são só torcedores dos times grandes que brigam, torcidas de times menor expressão também fazem parte disso. Madureira, América e Volta Redonda, tradicionais clubes do Rio, também contam com torcedores assim.
Perguntado sobre o medo de ser reconhecido na rua, o torcedor das RRN respondeu: “Eu faço parte da “Raça” há 11 anos. Entrei quando tinha 13 anos. Lógico, eu não brigava nessa época, mas como tinha contato com muita gente e como as brigas são marcadas pela internet, eu acabava por ver amigos meus brigando. Muitos iam parar no hospital, mas muitos também mandavam outros para o hospital. O único medo que a galera têm é de ser pego na covardia. Já aconteceu comigo uma vez. Me bateram na rua da minha casa. Tive até que me mudar. Talvez um dia eu pare de fazer parte disso, assim como muitos fazem quando se casam e têm filhos. Mas enquanto isso não acontece comigo, eu quero continuar fazendo parte da torcida que tanto amo.”
Segundo Robson, integrante Urubuzada(outra torcida organizada do Flamengo), o torcedor acaba por fazer parte de uma organizada para ficar mais próximo do clube de coração: “Quando uma pessoa entra pra uma torcida organizada, ela quer fazer parte da festa que as torcidas fazem no estádio. Pra mim, ser participar uma torcida organizada é como se eu torcesse para o meu time de coração 2 vezes. Eu tenho o clube e tenho a torcida que representa o clube. Eu amo fazer parte disso tudo.”
Mortes de torcedores em confronto:
Um estudo feito no ano de 2017 mostra que ao menos 10 torcedores morrem por ano no estado de Rio de Janeiro, com 177 mortes num período de 2010 a 2017.
“Se considerarmos que há poucos jogos nos meses de dezembro e janeiro, praticamente uma morte a cada mês. Entra ano, sai ano e o problema continua sem solução. Falta planejamento, organização, interesse e responsabilidade das autoridades para resolver estas questões”, aponta o sociólogo Maurício Murad, professor da Universidade Salgado de Oliveira. Os números estão em seu livro “A Violência do Futebol: novas pesquisas, novas ideias, novas propostas”.
Ao serem questionados pelas mortes de inocentes em brigas de organizadas, Robson e Denio responderam que infelizmente é uma realidade que precisa ser mudada, porém defendem que nem todas as mortes estão necessariamente ligadas as torcidas.
“Infelizmente pessoas inocentes são vítimas desse tipo de violência, mas a mídia também faz muita “auê” em cima disso. Quando as torcidas organizadas brigam, elas marcam 3 ou 4 quadras longe do local do jogo, ou até em bairros diferentes, justamente para não acontecer esse tipo de coisa. Não estamos defendendo as torcidas organizadas, mas quando a mídia fala que brigamos dentro de estádio, é uma mentira. O brasileiro é violento por si só e, quando tem muita gente dividindo o mesmo ambiente combinado a falta de senso das pessoas em relação a bebida, é normal acontecer confusão e briga generalizada. O carnaval é um exemplo disso”, declarou Denio.
Já Robson fez a seguinte comentário: “Briga sempre vai ter e sempre vai existir, porque aqui no Brasil é assim. Por mais que você seja de uma organizada não violenta, vai ter um momento que um integrante de sua torcida vai brigar. Ou até algum torcedor que não tem nada a ver com as organizadas. Isso é da nossa cultura. Isso não tem nada a ver com as torcidas serem violentas ou não”
Ídolos dos clubes cariocas:
Roberto Dinamite no Vasco. Zico no Flamengo. Garrincha no Botafogo. Castilho no Fluminense. E por ai vai..
É comum um atleta se tornar símbolo de um clube, principalmente quando ele cria uma identificação com a torcida, participa de momentos importantes do clube e mostra amor e respeito pela instituição na qual faz parte.
Ser ídolo em um clube nunca foi uma tarefa fácil. Mas nos últimos anos, a quantidade de ídolos formados nos clubes vem se reduzindo. Muitos dizem que é por causa do dinheiro que ronda o futebol atual, outros já defendem que o futebol deixou de ser um entretenimento/amor e se tornou de fato uma profissão.
Antigamente, quando um jogador começava a carreira, ele demorava um pouco para se transferir do clube que o revelou. Por que motivo, o atleta tinha mais contato com a torcida e criava um vínculo maior a com instituição a qual representava. Muitas das vezes os jogadores nem chegavam a jogar por outro clube, mostrando fidelização pelo mesmo.
Nos dias de hoje, a fidelização pelo clube que o revelou está cada vez mais rara, pois o dinheiro e a tentação estão cada mais dominando o mundo da bola. Por mais que os jogadores amem os clubes que o revelaram, os empresários que cuidam da vida dos atletas, criaram o habito de venderem os jogadores ainda nas categorias de base, sem o atleta conseguir participar da equipe principal e caindo nas graças da torcida. Outro motivo que impede que os jogadores se tornem ídolo de um clube, é que muitas das vezes o atleta é da periferia/favelas e buscam no esporte transformar a vida da família e amigos que tanto os ajudaram a seguir seus sonhos. Então, quanto mais tentadora for a proposta de um clube pelo atleta, mais facilmente o atleta irá se transferir para outro clube.
Mas existem alguns jogadores que conseguiram se tornar ídolos em clubes rivais. Ou, pelo menos se tornar ídolo em um clube e conseguir manter o respeito e carinho da torcida quando jogou pelo clube rival.
Romário é um desses jogadores. O “baixinho”, como é conhecido, é um ídolo nacional por conta das suas atuações na seleção brasileira. Mas, antes disso, o baixinho escreveu sua história em 3 dos grandes clubes cariocas (Vasco, Flamengo e Fluminense), sendo ídolo em dois deles.
Embora o baixinho seja o jogador mais conhecido entre os clubes citados, Romário foi apenas mais um atleta que foi ídolo em um clube e na sequencia jogou num time rival. Pois na história mais recente do futebol carioca, os últimos ídolos não obtiveram grandes sucessos num clube e se tornaram referência em outro. Exemplos: Dário Conca. Renato Gaúcho. Petkovic.
O Argentino Dário Conca começou a carreia no Vasco da Gama e, embora tenha feito bons jogos, o jogador só chegou ao status de ídolo no Fluminense, onde conquistou grandes títulos pelo tricolor carioca. Já o Renato Gaúcho começou a carreira no Flamengo, mas foi outro que só alcançou a glória no tricolor das laranjeiras. E por último, o estrangeiro com maior sucesso em solo brasileiro, Dean Petkovic, que, por mais tenha começado a jogar pelo Flamengo, foi no Vasco e no Fluminense onde ele fez os seus melhores jogos, conseguindo um carinho maior do que teve no antigo clube. Mas, em sua segunda passagem pelo Flamengo, foi o momento mais importante da história de “Pet”, pois foi quando ele finalmente se tornou ídolo de um clube.
Além de jogadores, existe um técnico que conseguiu grandes feitos nos clubes cariocas. Conseguindo um respeito ainda maior que todos os jogadores citados anteriormente, pois ele conquistou títulos em todos os quatros grandes clubes do Rio.
Joel Santana ou “Papai Joel”, é dono de um título “Rei do Rio”, sendo a o único ser humano a conquista-lo. Joel Santana é o único técnico que conquistou títulos com o Vasco, Flamengo, Botafogo e Fluminense.
Perguntado sobre um jogador com status de ídolo jogando pelo clube rival, o repórter e redator do O Dia, Leandro Chagas, respondeu: “Eu acho que isso faz parte do futebol. Sempre existiu e sempre vai existir. Renato Gaúcho é um exemplo disso…campeão brasileiro pelo Flamengo, depois de uns anos ele jogou pelo Fluminense e acabou fazendo um gol do título em cima do próprio Flamengo, se tornando então um ídolo tricolor…A gente sabe que a carreira do jogador de futebol é curta, então ele as vezes opta por jogar num clube rival para fazer um “pé de meia”, só para fazer um dinheiro maior, porque sabe que vai se aposentar cedo. Então ele acumula renda para que no futuro consiga manter estabilidade para a família. Isso faz parte do futebol”
Já Wallace Calazans, torcedor do flamengo, pensa diferente, pois acredita que isso é uma traição do jogador. “Eu acredito que os jogadores deveriam ter mais respeito com a instituição que o acolheu. Quando você escolhe jogador por um time rival, você, além de não se mostrar fiel ao clube, você não respeita a torcida que tanto o idolatrou. Os jogadores só respeitam isso quando são ídolos no clube de coração, porque quando jogam em algum outro clube, eles se mostram verdadeiros mercenários. “
Segue a lista dos jogadores mais polêmicos que passaram pelos grandes do Rio, nos últimos anos: